sábado, 30 de maio de 2009

II Antologia das Noites de Poesia em Vermoim



" Clicar em cima do convite para ver melhor"

Foi com Alegria e muito Feliz que recebi a noticia da minha participação nesta Antologia.
Vai ser apresentada no novo edifício da Junta de Freguesia de Vermoim, no dia 6 de Junho, pelas 21,30 horas (Av. D. Manuel II, nº 1573, Maia - entre o Estádio Municipal da Maia e as Bombas de gasolina da BP).

Se puderes não faltes!

terça-feira, 26 de maio de 2009

A Voz


Acordei aconchegada na voz,
harmoniosa nos meus ouvidos
Na magoada e acesa luz da manhã,
cerrei os olhos...
Deixei adormecer o tempo,
suspenso nas cordas vocais

Amadureceu um desejo,
nas vidas paralelas,
num só corpo nu
Uma só origem, um só destino,
(re)nascendo em bocas ausentes...
Sonho escrito,
que estremecendo cresce,
lentamente,
como borboletas inocentes!...
Enigmas da carne...

Próximo da origem,
no limiar da folhagem,
tudo principia...
E na manhã inaudível,
todo o silêncio foi voz
Perfeito,o amor acontecia!...

Maria Augusta Loureiro
(Margusta)

* Reservados todos os direitos de autor

sábado, 23 de maio de 2009

O pescador


Despojado de sonhos senta-se na praia o pescador.
Nas pregas da pele, queimada do sol, à muito que os cristais de sal fossilizaram.
No horizonte do olhar, espalham-se poemas que a vida lhe ensinou...
Acende um cigarro o pescador... solitário cisma...
Ninguém amou tanto o mar como ele amou!...

E ancorado na praia, o pescador chorou...





No meio da insónia, lembro os pescadores idosos que vejo sentados junto á praia pela manhã.

Maria Augusta Loureiro
Margusta
23 de Maio de 2005 2.01 AM
In " Contos do A-Mar"

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mergulho Azul



Acrilico S/Tela 60X100 * para ver bem clicar em cima da imagem*



Comecei a pintar ao acaso, mas aos poucos acabei por me ir inspirando no poema "Sonho Azul" do Poeta Albino Santos.

Sonho Azul

Viajo na liberdade do meu sonho,
sussurro quente do azul
onde me deito.
Polvos e medusas desnudam o meu sono,
levam-me submerso
através do azul liquefeito,
até ao virginal desabrochar das pérolas

O sonho incendiado, floresce na bruma
abrindo caminho no azul que me transporta
ao teu ventre de abismo bordado de corais.

No aroma inebriante dos mares nocturnos,
a realidade sucumbe à fantasia.
Bebo a cor do mar,
adormeço na invisibilidade da vida,
e desperto no respirar de uma concha…


Albino Santos / in "Madrugada sem Fronteitas"
da edium editores

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Respiro-te...


Olhas-me na antecipação do destino,
que damos ás noites
Pego a tua mão, que se estende,
em braços esvoaçantes
Sinto-te, perto, tão perto...
Mesmo aqui!..
Distância,
de um sorriso feito abraço!

Bate o coração descompassado
Galopa o olhar no horizonte ,
anseia deitar-se no teu peito...
Voam as carícias,
que nascem suavemente,
na ponta dos teus dedos,
como os frutos amadurecidos,
em silêncio.
Toco o intocável...
Os meus lábios ancoram nos teus!

Sei agora,
que não consigo suportar,
mais um dia da tua ausência...
Morreria por asfixia!...


Maria Augusta Loureiro
Margusta
05/11/2008
*Reservados os direitos de autor*


Poema já publicado no Momentos Sentidos II.
Apeteceu-me...

sábado, 9 de maio de 2009

Buscando-me em palavras...


Sabes, vou tentar regressar a mim. São incertos os meus passos, mas vou regressar a mim, procurando-me nas palavras. O caminho tem sido tormentoso na sucessão das noites aos dias, e dos dias ás noites. E dias tem em que eu já nem sei mais se é noite, ou se é dia, obcecada que ando nesta busca.
Diz-me que estrada é esta, em que uma estranha apatia me tolhe as ideias e movimentos e me atira para esta cruel angustia. Mas acredita estou determinada a prosseguir, ainda que lentamente , e por muito que tropece nos espaços em branco de um tempo perdido na memória. Tenho que me libertar desta inércia que chega a sufocar-me. Ar. Preciso respirar. Oxigénio, palavras. Palavras oxigenadas! Sim! Vou mastigar as palavras , vou saboreá-las, deixar que se dissolvam neste quente febril da minha boca, e retirar-lhes o suco. Vou tentar descobrir-me nos seus sabores...mas são tantos e tão diversificados os sabores!... Diz-me, sabes qual é o meu?...
Faltam letreiros, deveriam existir indicações nos sabores a indicar trajectos. Mas apenas existem palavras com letras de diferentes cores. Cores e sabores...O sabor do vermelho será em frente?...O do azul para a direita?...O verde será um desvio?... Fico perdida e confusa nos sabores das cores das palavras!...
Vem dá-me a tua mão... Ajudas-me?... Preciso!... Vou conseguir, tenho de conseguir! Foi demasiada a imobilidade branca a que me entreguei, e agora escrever afigura-se-me quase impossível. É urgente...é urgente que encontre o caminho. Tenho a alma nua de vocabulário. Dizem que os anjos andam nus. Serei eu um anjo?... Diz-me pois eu não sei!.. Não vejo mais os meus contornos. Mas as imagens muitas vezes também enganam, e sabes se for anjo serei de certeza imperfeito. Devo ter perdido as asas ao romper alguma noite negra e interminável, em que tu não estavas ao meu lado. Se me vês e sabes diz-me tu... Diz-me que vês em mim?...
Preciso da tua resposta, preciso que me ajudes....
Quero regressar a mim!... E voltar a viver contigo num lugar de sonho, num lugar doce e tranquilo, que é o inebriante e maravilhoso mundo onde habitam todas as palavras.


Maria Augusta Loureiro
Margusta
In "Divagando"
*Reservados todos os direitos de autor*

08/05/2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

E, porque me amas...




Sob esta infinita abóbada celestial
No azul perfeito, pressinto o teu olhar
Aquele , que, com o amor me despe
Quando é chegada a hora de te amar

O verde dos teus olhos, meu doce amor
Nos ramos dos pinheiros está gravado
Libidez de corpos, entrelaçados sem pudor
Quando se entregam em desejo compassado

A natureza alberga a tua imensidão
Nela respiro o teu perfume. A minha vida!...
Nesse teu cheiro de aromas celestiais

Alimentando-me a alma e o coração
Fazendo-me sentir a Musa mais querida
Deusa Rainha, habitando entre mortais...



Maria Augusta Loureiro
Margusta
Pinhal da Lagoa de Albufeira
14/09/2008

* Reservados os direitos de autor*


Indecisa acabei por escolher este soneto, para dar abertura ao Momentos Sentidos III. Já que a foto que coloquei no Layout , foi tirada de surpresa quando o escrevia.

ORA SEJAM MUITO BEM VINDOS!!!